quinta-feira, 28 de março de 2019

Supermercado da Tailândia troca plástico por embalagem feita de folhas de bananeira

O supermercado Rimping Supermarket, em Chiangmai, na Tailândia, está substituindo embalagens de plástico que protegem frutas e legumes por um outro material bastante resistente, abundante e 100% orgânico encontrado no mundo todo: a folha de bananeira.

As folhas de bananeira utilizadas como embalagens são orgânicas, fortes e ainda levam um laço de fibra natural para lacrar o alimento. Os benefícios na substituição das embalagens plásticas pelas orgânicas são vários, a começar pela decomposição do material, que leva algumas semanas para se quebrar completamente, em detrimento do plástico, que leva séculos. Mais: não causa poluição dos ecossistemas e previne a morte de milhares de animais asfixiados pela ingestão do componente artificial.



Interessante lembrar que a compostagem da folha de bananeira enriquece o solo com nutrientes. Elas também ostentam o fato de serem à prova d’água

Aquilo que era para ser apenas um projeto piloto do supermercado tailandês acabou repercutindo à nível mundial por sua simplicidade e eficiência. O feedback de internautas na internet, por exemplo, têm sido bastante positivo; alguns usuários exaltaram o caráter 100% sustentável das embalagens orgânicas, além de destacarem a experiência personalizada, – um toque especial – de compra no supermercado.

Tais embalagens ecológicas podem auxiliar o setor de hortifrúti a implementar alternativas ao plástico economicamente viáveis, de modo que possa ser reproduzida em grande escala, tanto em terras tropicais, quanto em solos mais frios.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Consulta pública sobre glifosato (ANVISA)

A Anvisa aprovou, nesta terça-feira (26/2), a abertura da consulta pública com o resultado da reavaliação do glifosato. O texto traz as propostas de mudanças para o produto, que é o agrotóxico mais utilizado no Brasil.
A proposta é resultado da avaliação feita por técnicos da Agência, com base nas evidências científicas mais atuais sobre o glifosato. Ao todo, o processo contou com 16 pareceres da Anvisa e outros três pareceres externos.
Além dos estudos publicados sobre a substância em questão, a Anvisa também analisou uma série de dados nacionais sobre agrotóxicos. Entre as informações avaliadas estão os números mais recentes do monitoramento de resíduos de agrotóxicos. Neste caso, a Agência avaliou a presença do glifosato em 906 amostras de arroz, manga e uva, que foram as culturas coletadas nos últimos dois anos.
Também foram analisados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que revelaram qual é o perfil de intoxicações por glifosato no Brasil.
Os dados sobre monitoramento de água para consumo humano no Brasil produzidos entre 2014 e 2016 também fizeram parte do esforço para entender o real risco do glifosato para seres humanos no Brasil. O monitoramento inclui 22.704 amostras de água e mostrou que em apenas 0,03% dos casos havia presença de glifosato em nível acima do limite permitido.













Trabalhadores rurais

A principal conclusão da reavaliação é que o glifosato apresenta maior risco para os trabalhadores que atuam em lavouras e para as pessoas que vivem próximas a estas áreas. Por isso, as principais medidas propostas estão voltadas para medidas relacionadas ao manejo do produto durante a sua aplicação e a sua dispersão.
Outra conclusão do trabalho é que o produto não se enquadra nos critérios proibitivos previstos na legislação. Isso porque o produto não foi classificado como mutagênico, carcinogênico, tóxico para a reprodução, teratogênico (que causa malformação fetal), entre outros.
A conclusão é semelhante à obtida em outros países que recentemente fizeram revisão do uso do glifosato no campo, como os Estados Unidos e o Canadá, além da União Europeia.
A proposta inclui, ainda, ajustes e definição de limites de exposição e proibição do produto concentrado para jardinagem amadora.
Veja a apresentação sobre glifosato feita pela Gerência Geral de Toxicologia da Anvisa.

Confira todas as medidas que estão sendo propostas:

– Trabalhadores rurais e população do entorno das lavouras
·         Proibição de formulações do tipo EW (emulsão óleo em água) para reduzir possibilidade de inalação e absorção pela pele.
·         Rodízio de trabalhadores nas atividades de aplicação com trator (mistura, abastecimento e aplicação), ou seja, o mesmo trabalhador não pode fazer todas as etapas de preparação para aplicação.
·         Equipamento de proteção individual (EPI) e carência para reentrada do trabalhador em áreas tratadas.
·         Adoção de tecnologia para redução de dispersão (deriva).
·         Faixa de segurança de 10 metros na lavoura quando houver povoações a 500 metros de distância.
·         Definição do limite da exposição e tolerância para o trabalhador rural.
– Uso urbano e consumidores de alimentos
·         Ajuste dos limites de tolerância para exposição crônica.
·         Definição de limite para exposição aguda.
·         Proibição do produto concentrado para jardinagem amadora.
·         Proibição da POEA (polioxietilenoamina) em concentração acima de 20% nos produtos formulados à base de glifosato.
– Quais os usos atuais autorizados para o glifosato no Brasil?
1.     Algodão, ameixa, arroz, banana, cacau, café, cana-de-açúcar, citrus, coco, eucalipto, fumo, maçã, mamão, milho, nectarina, pastagem, pera, pêssego, pinus, seringueira, soja, trigo, uva.
2.     Maturador de cana-de-açúcar.
3.     Eliminação de soqueira no cultivo de arroz e cana-de-açúcar.
4.     Rebrota de eucalipto.
5.     Dessecante: aveia preta, azevém e soja.

terça-feira, 19 de março de 2019